Este sábado fui visitar uma loja da especialidade e deparei com com uma família que pretendia adquirir um rádio CB para instalar num todo-o-terreno. Durante o tempo que estive a aguardar que me fosse prestado um serviço de assistência técnica, não pude deixar de apreciar os esforços do vendedor para procurar explicar as vantagens deste ou outro modelo.
No entanto, o pretenso comprador, como noutros casos a que já assisti, foi rematando que o que pretendia era BARATO. Que o CB era só para comunicar entre viaturas 4x4, em passeio e a curta distância. Por isso qualquer coisa servia... Nada mais errado.
Na utilização em todo-o-terreno, o sistema de comunicação mais usado é efectivamente o Radio CB (anacrónimo do inglês Citizen Band). Trata-se de um sistema económico e confortável no uso, bastando um equipamento e uma antena. Quem já utilizou, sabe que já não é fácil passar sem comunicações num passeio TT.
Nesta coisa do todo-o-terreno turístico, o que conta, infelizmente, é o "tunning"! Se for para comprar uns grandes pneus, uns brutos faróis, etc, a coisa já vale a pena o investimento, principalmente porque toda a gente vai ver e dizer: o teu carro está muito bonito. Mas como estamos a falar de um rádio CB, que fica escondido na viatura e não se vê, então há que reduzir o investimento e comprar o mais barato e ordinário. Depois é que são elas.
Efectivamente existe este problema de mentalidades. De tudo o que se compra para um 4x4, provavelmente o rádio CB será a única coisa que não é consumível, ou seja, não se vai estragar com o uso normal. Tudo o resto (pneus, chapa, baterias, suspensões, motor, etc) são de manutenção obrigatória ou de durabilidade limitada. Então porquê comprar a "coisa" mais barata que há na loja, quando o investimento é pouco maior que um deposito cheio de gasóleo e vai durar bem mais?
Um radio CB para usar no TT deve ter as seguintes funcionalidades básicas:
O resto do investimento é igual, independentemente do radio escolhido. Necessita de uma antena (Santiago 1200 da SIRTEL ou Midland ML145, são a melhor escolha) e o respectivo suporte.
O suporte também é muito importante. Não só porque vai permitir uma boa massa da antena à viatura, mas também porque tem de ser mecânicamente resistente (as árvores não perdoam...) e deve ser adaptável a uma boa localização. Pode escolher um suporte para a goteira (calha do tejadilho), para o capôt, para uma grade ou escada de tejadilho, para a porta traseira, etc. Não aconselho a utilização de bases magnéticas, porque não se vão aguentar com as pancadas mais fortes. A melhor opção é afastar a antena e os respectivos cabos da maior fonte de ruídos parasitas: o motor e centralina.
Se a escolha do equipamento foi importante, a localização e afinação do conjunto de antena não o é menos. AFINAÇÃO? Sim, porque as antenas de emissão têm de ser ajustadas na sua impedância sob pena de o equipamento não emitir em condições (e logo menor alcance), e danificar os transístores finais do aparelho. Esta regra aplica-se a qualquer tipo de emissores. Quanto à localização, gostaríamos de não ver as verdadeiras aberrações técnica (e até estéticas) com antenas "penduradas" no para-choques traseiro, mesmo encostadas à porta traseira. Com essa montagem a tal afinação é impossível e o rendimento é uma vergonha.
Por ultimo, quer faça a montagem por si mesmo ou vá ao electricista auto, considere como muito importante que o equipamento seja ligado directamente à bateria sem passar pela função de acessórios da chave de ignição. E quando digo ligado directo, não estou a a falar naquele cabo que está directo para utilizar com outro acessório. Directo é mesmo directo! Se não souber, ou não tiver medidor para tal, para proceder à afinação da antena, combine isso com a sua casa vendedora e negoceie esse serviço, pós montagem, logo na compra do conjunto.
Não se esqueça: logo ao chegar a casa, deve tratar de pedir a Licença de Utilização. Não vale a pena poupar, porque não vai poupar-se à chatice se a policia a pedir e não tiver.
Para quem tem outro grau de exigência, ou já se aventurou nas expedições por África, então esqueça o CB e compre um VHF. Mas isso são outras opções que, para o caso, não são para aqui chamadas.
A Equipa dos DESERTORES
No entanto, o pretenso comprador, como noutros casos a que já assisti, foi rematando que o que pretendia era BARATO. Que o CB era só para comunicar entre viaturas 4x4, em passeio e a curta distância. Por isso qualquer coisa servia... Nada mais errado.
Na utilização em todo-o-terreno, o sistema de comunicação mais usado é efectivamente o Radio CB (anacrónimo do inglês Citizen Band). Trata-se de um sistema económico e confortável no uso, bastando um equipamento e uma antena. Quem já utilizou, sabe que já não é fácil passar sem comunicações num passeio TT.
Nesta coisa do todo-o-terreno turístico, o que conta, infelizmente, é o "tunning"! Se for para comprar uns grandes pneus, uns brutos faróis, etc, a coisa já vale a pena o investimento, principalmente porque toda a gente vai ver e dizer: o teu carro está muito bonito. Mas como estamos a falar de um rádio CB, que fica escondido na viatura e não se vê, então há que reduzir o investimento e comprar o mais barato e ordinário. Depois é que são elas.
Efectivamente existe este problema de mentalidades. De tudo o que se compra para um 4x4, provavelmente o rádio CB será a única coisa que não é consumível, ou seja, não se vai estragar com o uso normal. Tudo o resto (pneus, chapa, baterias, suspensões, motor, etc) são de manutenção obrigatória ou de durabilidade limitada. Então porquê comprar a "coisa" mais barata que há na loja, quando o investimento é pouco maior que um deposito cheio de gasóleo e vai durar bem mais?
Um radio CB para usar no TT deve ter as seguintes funcionalidades básicas:
- 40 canais (o normal)
- AM/FM. Não vale a pena adquirir rádio com SSB (banda lateral) porque a maioria dos outros utilizadores não terão e por isso não vai servirá para nada, além do preço ser o dobro
- Filtro ANL e/ou NB. Estes filtros são muito importantes, porque ajudam a eliminar os ruídos parasitas, nomeadamente das interferências eléctricas dos piscas, ventiladores, ignição e centralinas, alternador, etc. É uma condição que os modelos mais simples não têm.
- Regulador de RF. Muitos dos equipamentos da gama média já têm regulação de ganho de micro e de radio-frequência (RF). Esta ultima funcionalidade é muito importante na actividade do TT porque muitas vezes os parceiros estão tão próximos que o som chega anasalado ou imperceptível, devido à distorção de proximidade. Assim, basta diminuir o controlo de RF para tirar "rendimento" ao receptor e diminuir essa anomalia. Isto acontece também porque os modelos básicos (incluindo o mais usado, pelo que vejo, o ALAN 78) não têm um AGC (Controlo Automático de Ganho) devidamente eficaz que deveria fazer esse trabalho de controlo automaticamente. No entanto, um clone daquele (o TTI 770) já faz esse trabalho lindamente e também tem controlo de RF. Vá lá a gente perceber...
- PA (Public Address). Ok, não é tão importante como as outras funcionalidades, mas pode ser muito útil. Os equipamentos com PA, permitem a ligação de uma coluna externa especial (normalmente chamada de corneta) que pode ser instalada por detrás da grelha frontal. Com isto, basta seleccionar, no rádio, esta função e quando falamos no microfone o som sai por esse altifalante. Ficamos, pois, com uma ferramenta para avisar outros de uma situação, para ajudar na manobra do guincho, etc. Até para chamar aselha a outro...
O resto do investimento é igual, independentemente do radio escolhido. Necessita de uma antena (Santiago 1200 da SIRTEL ou Midland ML145, são a melhor escolha) e o respectivo suporte.
O suporte também é muito importante. Não só porque vai permitir uma boa massa da antena à viatura, mas também porque tem de ser mecânicamente resistente (as árvores não perdoam...) e deve ser adaptável a uma boa localização. Pode escolher um suporte para a goteira (calha do tejadilho), para o capôt, para uma grade ou escada de tejadilho, para a porta traseira, etc. Não aconselho a utilização de bases magnéticas, porque não se vão aguentar com as pancadas mais fortes. A melhor opção é afastar a antena e os respectivos cabos da maior fonte de ruídos parasitas: o motor e centralina.
Se a escolha do equipamento foi importante, a localização e afinação do conjunto de antena não o é menos. AFINAÇÃO? Sim, porque as antenas de emissão têm de ser ajustadas na sua impedância sob pena de o equipamento não emitir em condições (e logo menor alcance), e danificar os transístores finais do aparelho. Esta regra aplica-se a qualquer tipo de emissores. Quanto à localização, gostaríamos de não ver as verdadeiras aberrações técnica (e até estéticas) com antenas "penduradas" no para-choques traseiro, mesmo encostadas à porta traseira. Com essa montagem a tal afinação é impossível e o rendimento é uma vergonha.
Por ultimo, quer faça a montagem por si mesmo ou vá ao electricista auto, considere como muito importante que o equipamento seja ligado directamente à bateria sem passar pela função de acessórios da chave de ignição. E quando digo ligado directo, não estou a a falar naquele cabo que está directo para utilizar com outro acessório. Directo é mesmo directo! Se não souber, ou não tiver medidor para tal, para proceder à afinação da antena, combine isso com a sua casa vendedora e negoceie esse serviço, pós montagem, logo na compra do conjunto.
Não se esqueça: logo ao chegar a casa, deve tratar de pedir a Licença de Utilização. Não vale a pena poupar, porque não vai poupar-se à chatice se a policia a pedir e não tiver.
Para quem tem outro grau de exigência, ou já se aventurou nas expedições por África, então esqueça o CB e compre um VHF. Mas isso são outras opções que, para o caso, não são para aqui chamadas.
A Equipa dos DESERTORES
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